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Despedidas.

18.6.06


Abri a minha cortina e era dia,
era o último dia.
A Apúlia lá em baixo espreguiçava-se num Domingo acordado devagar.
O vento vinha de frente e sacudiu-me bandeiras de gelados na cara.
Virei o meu Vira Vento a oeste enquanto a andorinha fortalecia o ninho em promessa de novas crias.
No final da tarde é uma algazarra só na nossa
varanda.. Andam feitos loucos à procura de um colo onde possam encolher o dia. A esta hora ninguém os vê! Andava a minha andorinha no espaço de mulher que é só dela. Conheço-o bem.

Peguei na máquina, na Mafalda e saí para registos de viagem.
Este ano ficam na memória a preto e prata, granulado espelho de preciosidade.
Fui à minha última volta pela Vila para encontrar conforto no comum que já me sabia
de partida. Os elos que se criam são, para mim, admiráveis.
Memorizei o último arfo rogado num pregão, o último então menina, o que vai ser hoje? e um particular até pró ano que me enternece guardar cá dentro.

Fui despedir-me.
Fui despedir-me de todos os que me receberam com três sorrisos e duas de letra, quatro perguntas e um mimo.
De todos que deixaram em mim a parte da Apúlia que defendem e rendem, sem descanso. Desses que aprendi a viverem do Senhor que está a oeste a virar voltas, vent
os e vaidades nas suas vidas. Nas nossas vidas.

Doce bonança em que me embalam alguns outros.
A parte de vida que a mim deixam entregue tratarei a mil cuidados, a mil afagos. Contarei apenas a quem sabe qu’é lá isso de viver de olhos presos no mar à espera de um aceno, de um regresso, de um caso.
Até porque me ajudaram a perceber que não existe Tinto no chão do quarto maior do que isso que me deram a provar na minha última manhã de preciosa Apúlia. Ouvi o clap da minha
manual disparar seco para guardar dentro o que sentia. Percebi, num click, que estou rodeada de amor por todo e qualquer lado da minha vida.
.
.
Qual ilha protegida, qual península que se atraca!

Vim à Apúlia perceber que o desejo que, como por feitiço, deixei ao vento do Mediterrâneo de Amor, Amoor, Amooor... se concretizou.
Fui convidada a partilhar do amor de tudo o que tenho na vida: dos gentis estranhos, dos vincados irmãos, dos ansiados amigos, dos frenéticos fados, dos míticos pássaros.
Do que se vê e se colhe.
Por onde se passa, onde se dorme, aninha, encolhe.
Não há vértice ou verdade que não se faça de enlace.
Objecto estudado,
ser navegado,
ângulo sacado que não esteja pulverizado com três ecos de Amor.
Fui preciosista no desejo que pedi à magia.
E ei-lo!
Ei-lo por todo o lado de cada espaço,
em cada hora que se demora.
Ei-lo dentro.
Ei-lo cá dentro, raio!
O vento está de mar.
Estou num alto de praia a olhar o reflexo do sol em salitre agitado.
Vejo tudo.
Vejo claramente tudo.
Vejo-te a ti.
E levanto o meu queixo até à linha do horizonte.
Eu também sei que estás a caminho.
E sei que estás a passar por cima,
rasgar a meio como quem corta a direito
o caminho que te faz até mim.
Sei que és tu quem me grita esta certeza dentro,
conheço de longe o teu aceno.
E não há nevoeiro, nortada ou cargueiro
que me arranque daqui.
Que me arranque esta certeza de ti.
Estou de braços abertos para te encurtar o andar.
Vês-me?
Vês-me?
Sou castanho terra.
Sou azul roubado ao mar.
Segue-me.
Segue-me pela beirinha da água.
Segue-me até nossa casa.
Tens na varanda um ninho que te cega.
Na janela, apenas eu, quem te espera.

posted by SCS
junho 18, 2006