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mala postal a manuel alegre, escritor.

15.7.06


Sótão,
domingo, Outubro de 2oo5.


Tenho aí uma data de coisas para rever, fazer que até me apetecem mas não, ao mesmo tempo.
Estava a ler um livro novo e a minha concentração não foi para além das três primeiras páginas.
Li algo que me estalou a cara, arrastou os olhos.
Cada meia página que se seguia não era completa sem que voltasse à primeira só para poder reler a ideia, a pergunta, a sequência esmagadoramente perigosa que acabei de ler no meu livro novo.
Só ao pensar nela já fico com falta de ar nas frases porque dela devo fugir a 14 pés.

A minha vida está perdida em Singapura. A verdade é que nunca fui a Singapura, não conheço alguém que lá esteja, não é sequer local que me fascine. (...) Será essa a vida perdida? Ou alguém que dentro de uma sala, batendo com os dedos na parede, manda um sinal de Morse que, por qualquer razão misteriosa, se inscreve nesta frase que me persegue? Que vida está perdida em Singapura?

E o chão começou a tremer..
E agora?
Permito-me a completa incongruência de embarcar na Melodia Morse?
Lanço-me a esse tamanho contra-senso, ou entedio-me em racionalizações?
A apetecível bandeira das 9 razões de mim ergue-se a meia haste,
ou levanta-nos o nariz até ao topo?
Outra vez até ao topo..?

Fraqueza ou intrepidez? Escolhe, escolhe sempre uma delas.
Não existe como opção fechar os olhos à espera que ainda não seja desta que tens de escolher, predizer, prepensar.
Optar, preferir, repartir e estar de pé à espera do que vier.

Vais a Singapura lamber dedos que te Morsam há anos,
ou ficas aqui porque é uma tontice isso de existir alguém que te puxa para dentro,
sem que desta vez seja para dentro de ti?

O pior, no teu lúcido juízo, nem sequer é ter esta constante sensação que ainda estás por viver, que estás à distância de um passo dado em certeza, de um arremesso lançado sem queda.
O pior nem sequer é não saber se enquadras essa sensação nos instintos ou nos adquiridos. É só um formigueiro, uma desconfiança, vá!, com ela até podes viver!
O pior é não perceberes muito bem se a tua vida está perdida em Singapura, ou aqui.
Tens um formigueiro que te diz que qualquer coisa que é teu ficou perdido em Singapura, ou então é aqui que andas perdida à procura do nome das ruas, das coisas, das caras.

Baralhas-te.
Tens a sensação que estás a jogar à bisca com dois baralhos e que inutilizas as cartas por questões de sobrevivência.
As espadas, os paus, a palha, a manilha, o ás de ouros.
A força, a inconsciência, as baboseiras que compram tempo, o ciúme, o teu reino.
Tens o teu às de copas guardado no lado esquerdo, mas não sabendo qual é o trunfo arriscaste a perde-lo quando o jogares. Na tua cabeça não faz muito sentido qualquer outro naipe representar o poder na bisca. E então estás a guardá-lo para uma altura que te pareça mais propícia!
Mas a partir do momento em que nem sequer percebes em clareza contra quem estás a jogar, tudo se pode inverter e tu podes nem sequer livrar. Batota é difícil para ti, não sabes como. Bluff impensável, demasiadamente expressiva.

Tens um Rei a brilhar pontos de força e quando fechas os olhos para te lembrares se um às de espadas já saiu, ouves o ritmo dos dedos do teu adversário a bater na mesa, como quem marca quatro tempos, um de cada vez, cheios de tempo, quase como sons secos que chegam a ti como quatro pancadas secas num tambor,
.
ou numa parede em Singapura.

És tu a jogar a tua vida perdida e se calhar por a jogares é que a estás a perder.
Fraqueza ou intrepidez?
Qual escolher?
Até enchia o peito e destrunfava mas, qual o trunfo mesmo?!
Como se joga este jogo?

Pões uma carta na cama e a resposta do outro lado vem em voo, como quem balda num acto a dois dedos de extremo profissionalismo, ou indiferença.
E lá se foi o teu Rei de Espadas, que brilhava sorrisos e promessas em bigodes amarelos.

Já não choro água e sal.
Já não jorro sangue de Tarantino.
Singapura tem muitos quartos por m2 e, segundo soube, todos eles fechados para tortura.
O formigueiro passou.
Bandeira a meia haste.

Sr. Manuel Alegre: estou encurralada num Quadrado e cansada das 9 razões de mim.

posted by SCS
julho 15, 2006