<meta name='google-adsense-platform-account' content='ca-host-pub-1556223355139109'/> <meta name='google-adsense-platform-domain' content='blogspot.com'/> <!-- --><style type="text/css">@import url(//www.blogger.com/static/v1/v-css/navbar/3334278262-classic.css); div.b-mobile {display:none;} </style> </head><body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d31012094\x26blogName\x3d\x27\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://viravento.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttps://viravento.blogspot.com/\x26vt\x3d-7147497518184499159', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

Mala Postal a Anna Placido, Amante.

30.8.06


Rua do Almada acima.
Rua do Almada abaixo.
Nada.

Da Praça ao Largo. Nada.
Cabeça no alto. Meio da rua. E nada.
Vejo artistas de calçada,
encontro amigos que pensava ter perdido.
Livros e Discos brilham Luzes de século XIX.

A vizinha pendura-se na janela a ver quem passa.
A ver-me a mim,
que passo
como eterna estrangeira na Cidade onde me procuro nas minhas infâncias.
Ou nas tuas.
Não sei.

Queria muito saber qual foi a soleira da tua porta
para nela me sentar
a lamber-te fachada oitocentista.
Para perceber que energia arrasta a tua história.
Para sentir como te encolheste no Camilo,
ou nas certezas que te calaram quando te estouraram dentro.


Hoje senti que o mundo está ao contrário, Anna.
Muda de humor, calor e pudor consoante a fachada que lhe ofereces em desafios de pega.
Ou então foi só o meu que ficou virado do avesso.
Voltei a apaixonar-me por um homem a quem não vi fachadas.
Desses mesmo,
que nos mudam o humor, o calor e o pudor.

Mas este nosso lado da história nunca ninguém o quer. Afinal prenderam-te para te deter. Apenas porque vivemos desse tamanho contra senso de, ao contrário do resto do mundo, seguirmos o nosso peito sem freio.

Às vezes acho que só o teu Camilo soube raptar mulheres em Portugal. Onde o viste, Anna? Pela calçada? Foi num baile, sei que foi num baile. Mas, o que lhe viste? Não era breve, ameno ou leve. Em quantos textos te leste logo pela manhã? Cheirou-te Anna, determinado. E tu? Contavas as mulheres que por ele foram abandonadas como quem passa círculos de eterno retorno a um terço? Rezavas a quem? Em que deuses te travavas, te perdoavas? Onde te deixou a tua fé? Quanto o amaste tu, Anna? Alguma vez soubeste?
Deixa.
Eu sei.

Do céu, só ameaças.
Ameaça ruir, ameaça rasgar, ameaça enlouquecer-nos.
E dou comigo rua do almada acima,
rua do almada abaixo,
com os meus dez dedos embrulhados
a torcer para que alguém abra de vez a arca
como o noé.

A roupa já colou ao corpo.
Agora, é tarde.
Senti-me apanhada num campo de energia.
O corpo a ser puxado.
Levado.
Quase ido.
Ou partido.
Falei entusiasta a uma mesa de pequeno almoço de Sábado.
Quero muito desses Sábados. Desses segredos. Desses teus medos.
Ser amante, ser a outra, ser a mesma.
Quero abandonar esta minha fachada,
vê-la cair,
azulejo por azulejo,
na calçada onde me sento,
encolho
e te escrevo.
Ser a tinta da china de a(l)quém e de além dor.
Desta vez, Anna,
quero além da dor.

posted by SCS
agosto 30, 2006

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Muito além. Deixar a dor fugir.

30/8/06 17:21  
Anonymous Anónimo said...

Lá está.
Cumplicidades.

Gosto do teu Sótão.
Vira-me sempre os Ventos.

http://meu-espelho-meu.blogspot.com/

30/8/06 18:54  

Enviar um comentário

<< Home